A gramática é uma tradução francesa anónima da obra de António Vieira Transtagano, A new Portuguese grammar in four parts (Londres, 1768), com muitas “Remarques du Traducteur”.
Estas “Remarques du Traducteur” são citadas por um autor de referência na história da língua portuguesa, Paul Teyssier (História da língua portuguesa, 1984 [1980]), a propósito da pronúncia chiante de s implosivo:
“Nos acréscimos e correcções que o tradutor fez ao texto original [ ], lê-se: ‘os final pronuncia-se quase como ous, ou, melhor, aproxima-se sensivelmente de ouch’ e exemplifica com ‘otrous, ou melhor otrouch, que se escreve outros’. Mais adiante, acrescenta: ‘[...] disse acima que se dá frequentemente o som do ch francês à letra s, quando em posição final. Está sujeita à mesma metamorfose quando antecede outra consoante, aproximando-se muito da pronúncia alemã, sem, no entanto, adotar toda a rigidez, em palavras semelhantes a estado e esposa, que se pronunciam mais ou menos como echstado, echsposa’” (Teyssier, 1984: 55, 58-59; tradução de P. Teyssier).